quarta-feira, 12 de novembro de 2008

"Sinto-me como um HOJE invadido por AMANHÃS "

"Esta noite um alfabeto amanheceu junto a mim: vinte e cinco letras, todas misturadas entre si, foram descendo uma a uma em minha cama.Elas nasceram e viveram esta noite aqui comigo.Vinte e cinco letras sairam da minha cabeça de sonhos por um fio de cabelo.A letra S foi a primeira que saiu,e depois as outras todas foram saindo com seu brilho interminável,numa espécie de marcha gloriosa de uma literatura de audazes.E foram então se multiplicando com alguma regularidade fantástica, pois havia uma inteligência linda sustentando todas elas nos meus sonhos, e elas cromossomos de si mesmas, já continham as palavras que seriam ao sair. A primeira foi SONHO , e a segunda foi AMOR, a terceira LIBERDADE , aquarta VENTO, depois PRAZER FILOSOFIA , PECADO...E elas foram todas assim se sucedendo e se construindo de forma natural.Palavras simples e complexas,versos delicados, milhares de substantivos caindo ao meu lado, adjetivos dançando uma dança de loucuras, predicados ,advérbios e pronomes,todos dançando um balê de gostosuras.Palavras,palavras, palavras...
Quando acordei, a aurora já existia ,e eu estava inundado de palavras.Então as amei, uma por uma , todas."


"Sinto-me como um HOJE invadido por AMANHÃS "


Edson Marques-Manual da Separação
Volume II
Página128



Não...não vou!!!

Não! não vou te dizer
que trago comigo
a poção mágica dos deuses e dos magos,
que pode colorir tua vida ,
com fantasias e alegorias
que a realidade precisa
para ser atendida.
Não! não vou
te
tocar em demasia ,
e mexer neste gozo contido
de quem tem sofrido a
solidão das flores raras,
acariciadas somente pela brisa
vazia de um polén precioso.
Não! não vou
dizer
que sou teu polén...
Não vou
entrar...
no teu caminho e interferir
na liberdade de teus passos...
vou esperar que
a própria liberdade,
te traga para onde eu estiver,
e então se for cantos
ou cantadas
de um jeito bem simples,
vou arrumar uma maneira
de dizer que
te amo!
( autor desconhecido)


Até quando?

Vivemos num mundo onde o amor é uma raridade.
Onde o carinho é trocado pela ofensa.
Onde a violência nos faz prisioneiros em nossas residências, enquanto os verdadeiros bandidos estão à solta.

Vivemos num mundo onde roubar, matar e violentar os direitos humanos, já virou rotina.
Um mundo sem paz, sem pão, sem vida, sem ação, ou melhor, sem boas ações.

Vivemos num mundo de onde saímos para trabalhar, beijamos nossos filhos, sem saber que esse gesto tão comum pode ser um adeus.
Vivemos num mundo que foi corrompido, mutilado, ferido, e maltratado dia após dia e como resposta aos desagrados feri, machuca e maltrata a todos nós.

Vivemos num mundo onde se mata por nada, onde tudo se torna nada, onde num instante se destrói uma família apenas para roubar.
Vivemos num mundo onde se tira um pai de família da convivência dos seus entes queridos, tira-se o pão da boca de seus filhos, para roubar-lhe a vida, o carro e o celular, não sabem esses bandidos que levam junto consigo não só a vida, mas os sonhos, as esperanças, e tudo aquilo que o cidadão lutou para conquistar.

Até quando esse mundo sem amor, com tanta dor, vai durar?
Até quando a violência será nosso algoz? Fazendo de nós seus prisioneiros, reféns da vida, da dor e da morte.

Até quando viveremos neste mundo sem paz, sem amor, sem pão, sem luz, sem esperanças e sem vida?

A cada dia uma nova ferida, uma nova dor...
A cada vez que se assassina um pai de família mata-se também a esperança, a dignidade, a vontade de lutar.

Até quando?

Até quando as lágrimas irão destruir os sorrisos, a dor vai substituir o amor, até quando a morte nos roubará a vida?

Vivemos num mundo onde a violência é predominante, onde o silêncio sufoca os justos e deixa livres os assaltantes.